Cinco Domínios

Salovey divide a Inteligência Emocional em cinco domínios:

 

  • Conhecer as próprias emoções

O reconhecer um sentimento enquanto ele está a ocorrer – metacognição ou autoconsciência - é o ponto fundamental da Inteligência Emocional. Esta capacidade de ser capaz de controlar momento a momento as sensações é crucial para a introspeção psicológica e o autoconhecimento. A incapacidade de reconhecer as próprias sensações deixa-o a mercê delas. Ter a certeza dos seus próprios sentimentos leva-o a uma melhor gestão da sua vida, pois irá ter uma noção mais segura daquilo que realmente sente a respeito das decisões que será obrigado a tomar (como sejam, mudar de emprego, casar, imigrar).

 

  • Gerir as emoções

O autoconhecimento leva a que seja capaz de lidar com as sensações de modo apropriado. Aqui encontra-se a capacidade de se tranquilizar a si mesmo; e de afastar a ansiedade, a tristeza ou a irritabilidade. Pessoas em que esta capacidade esteja pouco desenvolvida encontram-se constantemente em luta com sensações de angústia, enquanto aquelas que a possuem desenvolvida recuperam mais depressa das adversidades da vida.

O que se pretende não é contudo a supressão emocional, mas antes uma emoção apropriada, sentimentos proporcionais às circunstâncias.

 

  • Motivar-se a si mesmo

Essencial para a automotivação, para concentrar a atenção, para a competência e a criatividade é a capacidade de mobilizar as suas emoções ao serviço de um objetivo. O autocontrolo emocional, ou seja, adiar a recompensa e dominar a impulsividade, está subjacente a todo o tipo de realizações. Não há talvez habilidade psicológica mais fundamental que resistir aos impulsos. Esta é a raiz de todo o autocontrolo emocional, uma vez que todas as emoções, pela sua própria natureza, conduzem a um ou outro impulso para agir.

É também fundamental a esperança e o otimismo. São estas emoções que levam a que acredite que tem a vontade e os meios de que necessita para atingir o que se propõe. E que o fazem experienciar uma forte expetativa de que, de um modo geral, tudo acabará por correr bem na vida, a despeito de contratempos e frustrações. Os otimistas encaram o fracasso como consequência de qualquer coisa que podem mudar de modo a terem êxito da próxima vez.

 

  • Reconhecer as emoções dos outros

O reconhecer as emoções dos outros é também chamado de empatia. As pessoas mais empáticas são mais sensíveis aos subtis sinais que indicam aquilo que os outros necessitam ou desejam. Assim terão mais sucesso nas suas relações pessoais (amorosas, familiares e de amizade) e também profissionais. Esta é uma caraterística essencial para as pessoas que trabalhem em determinadas áreas, como sejam o ensino, as vendas, a gestão e a prestação de cuidados.

A empatia nasce da autoconsciência; quanto mais aberto for as suas próprias emoções, mais capaz será de ler os sentimentos dos outros.

 

  • Gerir relacionamentos

Gerir relacionamentos de uma forma eficaz implica a aptidão de gerir as emoções dos outros, que por sua vez requer a maturação das outras duas habilidades emocionais: autocontrolo e empatia.

 

 

Como já se deve ter apercebido nas suas interações com os outros, as pessoas diferem nas suas capacidades em cada um destes domínios. Algumas poderão ser particularmente hábeis num destes domínios, mas perfeitamente incapazes noutro. Isto deve-se a fatores neuronais, mas também, e principalmente, a fatores educacionais. Todos estes domínios podem e devem ser ensinados às nossas crianças. Os domínios nada mais são que um corpo de hábitos e respostas que, com o esforço adequado, pode ser melhorado.